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Contra o ódio e o medo, as causas de Casaldáliga

Contra o ódio e o medo, as causas de Casaldáliga

Contra o ódio e o medo, as causas de Casaldáliga

27 de janeiro de 2020

As causas de Pedro Casaldáliga

Ser militante da esperança é uma opção de risco no Brasil de Bolsonaro. No entanto, muitos acreditam que esse é o único caminho possível diante da extrema direita.

O projeto para divulgar as ‘Causas de Casaldáliga’ é o fruto de uma parceria entre as duas associações que compartilham a missão do Claretiano Pedro Casaldáliga.

Através do pensamento e da ação desse catalão universal, a Associação Araguaia com o Bispo Casaldáliga, desde a Catalunha, e a ANSA, desde o Brasil, contrabalançam o discurso do ódio e do medo.

Neste contexto, “a única maneira de nos opor a esse discursso e conseguir expressar as nossas opiniões com tranquilidade era dar ao projeto uma dimensão internacional”, diz Raul Vico, coordenador desta iniciativa de divulgação. Isso porque as novas lideranças políticas no Brasil estão espalhando um clima “contra os direitos dos camponeses e dos indígenas”. Vico também identifica riscos de segurança entre os defensores dos direitos humanos: “Pela primeira vez em muitos anos, as pessoas que trabalham na ANSA tiveram que considerar a sua segurança pessoal”, diz ele.

 

“Estarmos juntos, um assunto de segurança”

 

Uma realidade que a entidade não vive desde a sua criação. “Nas décadas de 1970 e 1980, a repressão foi muito mais dura e violenta, mas, hoje, a situação é novamente perigosa”. Segundo Vico, “no Brasil e, muito mais na região em que estamos, não é aconselhável expressar abertamente algumas idéias. Divulgando algumas opiniões colocaríamos em risco o pessoal da ANSA”. Essas afirmações são feitas pensando nos grandes proprietários de terras da Amazônia que “estavam ansiosos para ganhar uma eleição e ir contra a Prelazia e o bispo Pedro”. Com o presidente Jair Bolsonaro no poder, eles se sentem apoiados.

É por isso que ele acredita que “trabalharmos juntos é também uma questão de segurança”. A Associação Araguaia com o Bispo Casaldáliga (Barcelona, 1989) e a Associação ANSA (São Félix do Araguaia, 1974) se juntaram para realizar este projeto de comunicação inspirado na alegria, na “teimosia” e na esperança de Casaldáliga. Como dizem desde a parte da Catalunha, procuramos “aprofundar caminhos de esperança”.

“A ANSA e Associação Araguaia sentiram a necessidade de se unir para uma colaboração muito mais estreita, de juntar forças para dar mais voz à vida, ao trabalho e principalmente às causas de Casaldáliga”, diz ele. Sabem que são organizações “pequenas” diante do enorme desafio, mas não desistem na luta para melhorar as condições de vida das pessoas e grupos que mais sofrem.

Informação desde o Araguaia

 

Raul Vico está em contato com a pessoa responsável pela comunicação da ANSA, que fornece informações em tempo real desde a Amazônia. Todos os materiais publicados no site são em Catalão, Espanhol e Português, “as três línguas que Casaldáliga sempre usa”.

Enviam também um boletim eletrônico mensal, que chega no email de 730 pessoas, e nas redes sociais estão no Facebook e no Twitter.

O blog, que atualizam a cada 15 dias está focado nas causas de Casaldáliga. Por exemplo, com experiências específicas de agricultura familiar agroecológica, uma fórmula para gerar renda com preservação e recuperação ambiental nas comunidades rurais. Mas, no blog também encontramos o pensamento de Casaldáliga, da Teologia da Libertação ou da história da Amazônia através de textos e poemas que refletem os compromissos que Pedro Casaldáliga assumiu ao longo de sua vida em favor dos mais pobres.

No Araguaia, a ANSA trabalha na área da educação popular, economia solidária, meio ambiente e apoio ao fortalecimento de redes sociais e ambientais. Atualmente, beneficiam cerca de quatrocentas famílias, tanto em São Félix quanto nas quatro comunidades rurais vizinhas, e também apóiam as comunidades indígenas próximas. A organização também é responsável pelo Arquivo da Prelazia de São Félix do Araguaia, dedicado à preservação do trabalho de Casaldáliga, que também é apoiado pelos claretianos.

Em Barcelona, ​​o novo projeto de divulgação também é possível graças à colaboração da organização catalã Justiça e Paz, que lhes cede um espaço para o arquivo e para reuniões de equipe, que acontecem toda segunda e quarta quinta-feira do mês no número 126 da rua Roger de Llúria, em Barcelona.

Autora: Laura Mor. Publicado primeiro em catalão em Religião Digital.

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Os comentários –cautelosos ou apocalípticos ou clarividentes- acerca da conjuntura, proliferam, nestes dias, nos meios de comunicação. Não vou repetir “o óbvio ululante”. O problema está em saber ler a conjuntura à luz dos sinais dos tempos, descobrindo causas, interesses, “efeitos colaterais”, jogos de vida ou morte para a família humana.

21 de janeiro de 2020

A obra de Pedro Casaldáliga

Nesta hora kairós de mundialização e de maturidade de consciência, que é simultaneamente uma hora nefasta de novas prepotências, de macroditaduras, de fundamentalismos e de radicalizações, se impõe para nós, como um dom e como uma conquista, o diálogo, interpessoal, intercultural, ecuménico e macroecuménico.

Um diálogo de pensamentos, de palavras e de corações.

Não a simples tolerância, que se parece demais com a guerra fria, mas a convivência cálida, a acolhida, a complementariedade.

Esses processos de mudança, que são sonho e missão, reclamam de todos nós, cristãos ou não, uma forte espiritualidade, uma mística de vida.

Cada qual a viverá segundo a respectiva fé, porém sem essa espiritualidade não se faz caminho.

Pensando nisso, e a raíz do retiro espiritual que celebramos todos os anos a equipe pastoral da Prelazia à beira do Araguaia, naquele morro acolhedor de Santa Terezinha, eu resumia assim essa espiritualidade, tão nova e tão antiga, como sendo espiritualidade de:

1. Contemplação confiada

Abrindo-se mais gratuitamente ao Deus Abbá, que é, por autodefinição suprema, misericórdia, amor.

Uma contemplação mais necessária do que nunca nestes tempos de eficiências imediatas e de visibilidades.

Confiada, digo, porque tenho a impressão de que volta – o quiçá nunca foi embora- a religião do medo, do castigo, da prosperidade ou do fracasso, segundo como a gente se haver com Deus. Falta-nos, pois, confiança filial, infância evangêlica, a descontraida liberdade dos pequenos do Reino.

2. Coerência testemunhante

Tem-se repetido até a saciedade que vivemos na civilização da imagem, que o mundo quer “ver”.

O testemunho foi sempre uma espécie de definição do ser cristão. “Vocês serão minhas testemunhas”, dizia Ele por toda recomendação, por todo testamento.

E esse testemunho, hoje mais do que nunca, quando tudo se vê e tudo se sabe, tem de ser coerente, sem fisuras, na vida pessoal e na gestão estrutural da Igreja (que poderá ser a Igreja Católica ou uma Igreja Evangélica, o Vaticano, uma diocese, uma congregação religiosa, uma comunidade).

Veracidade e transparência pede o mundo, tão submetido à mentira e à corrupção.

3. Convivência fraterno-sororal

A isso se reduz o mandamento novo. Este é o desafio maior e o mais cotidiano para as pessoas, para as comunidades, para os povos.

Conviver, não coexistir apenas; conviver carinhosamente em fraternura e sororidade; não apenas em tolerância mútua. Ajudar a tornar a vida agradável.

Ser “sal da terra” deve significar isso também.

4. Acolhida gratuita e serviçal

Capacidade de encontro e de diaconia. Não somente descer do burro e atender o caído quando por casualidade a gente o encontrar à beira do caminho, mas se fazer encontradiço.

Acolher ás vezes somente com uma palavra ou com um sorriso, porém acolher sempre, gratuitamente. Fazer de todos os ministérios e de todas as profissões aquele serviço desinteressado e generoso que nos propunha aquele Senhor que não veio a ser servido mas a servir.

É mais facil celebrar uma eucaristia ritual que exercer um lava-pés engajado.

5. Compromisso profético

Continua a ser a hora, e talvez mais do que nunca, de se comprometer proféticamente contra o deus neoliberal da morte e da exclusão e em favor do Deus do Reino da Vida e da Libertação.

É preciso sugar da fé toda a sua força política.

Fazer da profecia uma espécie de hábito conatural -fruto específico do batismo para os cristãos e cristãs-, de denúncia, de anúncio, de consolação.

A caridade socio-política é a caridade mais estrutural. Vai às causas, não somente aos efeitos. Cuida a Vida. Transforma a História. Faz Reino.

6. Esperança pascal

Depois da “morte de Deus” e da “morte da Humanidade”, nesta posmodernidade facilmente sem sentido, e já no “final da história”, parece que a esperança não tem muito a fazer. Hoje, mais do que nunca, se impõe a esperança!. Ela é a virtude dos “depois de”.

“Contra toda esperança” (produtivista, consumista, imediatista, pasiva), esperamos.

Devemos proclamar humildemente, porém sem complexos, nossa esperança pascal e escatológica. E devemos torná-la crível aquí e agora. Porque esperamos, agimos. O tempo e a história são o espaço sacramental da esperança.

Pedro Casaldáliga, Carta Cirular de 2002.

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«Enquanto a instituição-Igreja não se espelhar nesse pobre de Nazaré andará sempre às voltas com escândalos derivados do poder que ela assumiu como eixo estruturador de toda sua organização. Vale recordar a frase do católico Lord Ancton, professor de história em Cambridge ao comentar o poder absoluto dos Papas renascentistas: “Todo poder corrompe e o absoluto poder corrompe absolutamente.”»

Leonardo Boff, 2013

17 de dezembro de 2019

Pedro Casaldáliga

(Tradução do original, em espanhol)

DEIXA A CÚRIA, PEDRO!

Deixa a Cúria, Pedro,
Desmonta o sinédrio e as muralhas,
Ordene que todos os pergaminhos impecáveis sejam substituídos
pelas palavras de vida e amor.

Vamos ao jardim das plantações de banana,
revestidos e de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos Pobres.

A túnica/roupa é essa humilde carne desfigurada,
tantos gritos de crianças sem resposta,
e memória bordada dos mortos anônimos.

Legião de mercenários assediam a fronteira da aurora nascente
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.

O povo é apenas um “resto”,
um resto de esperança.
Não O deixe só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,
É hora de beber o cálice dos pobres
e erguer a Cruz, nua de certezas,
e quebrar a construção – lei e selo – do túmulo romano,
e amanhecer
a Páscoa.

Diga-lhes, diga-nos a todos
que segue em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.

Não te conturbes mais!

Como você O ama,
ame a nós,
simplesmente,
de igual a igual, irmão.

Dá-nos, com seus sorrisos, suas novas lágrimas,
o peixe da alegria,
o pão da palavra,
as rosas das brasas…
… a clareza do horizonte livre,
o mar da Galileia,
ecumenicamente, aberto para o mundo.

A cristologia poêtica de Pedro Casaldáliga

Texto do trabalho de Michael P. Moore, para a Faculdade de Teologia, Universidade de Salvador San Miguel, Argentina.

Profeticamente crítico da hierarquia da igreja, da qual ele faz parte!, em outro poema ousado, dedicado a João Paulo II, intitulado “Deixa a Cúria, Pedro”, Casaldáliga convida ao Papa, a seus sucessores …, a toda a Igreja, a se descentralizar, a se desinstalar, para marchar até um novo Getsêmani.

Deixa a Cúria, Pedro,
Desmonta o sinédrio e as muralhas,
Ordene que todos os pergaminhos impecáveis sejam substituídos
pelas palavras de vida e amor.

Vamos ao jardim das plantações de banana,
revestidos de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos Pobres.

Vale notar que as palavras “Mestre” e “Pobre” – o nome de Deus feito homem e o nome dos oprimidos, ambos sem confusão, mas sem separação – são escritas em maiúscula. E quase como um apelo exorta os pastores a manterem viva a utopia de Jesus de Nazaré e seu Reino de cores precisas.

Diga-lhes, diga-nos a todos
que segue em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.

Além disso, Casaldáliga pede à Igreja que não seja cúmplice dos imperialismos que oprimem os mais pobres, em um ambiente móvel dos palácios de Pilatos e Caifás em nosso continente empobrecido.

Legião de mercenários assediam a fronteira da aurora nascente
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.

O povo é apenas um “resto”,
um resto de esperança.
Não O deixe só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,
É hora de beber o cálice dos Pobres

Cumplicidade eclesial que lembra dolorosamente a vida e a morte de Dom Romero:

¡Pobre pastor glorioso,
abandonado
por teus proprios irmãos de báculo e de Mesa…!
(As curias não podiam te entender:
nenhuma sinagoga bem estruturada pode entender o Cristo)

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30 de julho, chegamos a um outro mundo

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Canção da “foz” e do faz

Canção da “foz” e do faz

Canção da “foz” e do faz

(Escrita originalmente em espanhol, te oferecemos uma tradução)

Com um calo por anel,
monsenhor cortava arroz.
Monsenhor “martelo
e foice”?

Me chamarão subversivo.
E lhes direi: eu o sou.
Por meu Povo em luta, vivo.
Com meu Povo em marcha, vou.

Tenho fé de guerrilheiro
e amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
sofro e digo o que quero.
Se escandalizo, primeiro
queimei o próprio coração
ao fogo desta Paixão,
cruz de Seu mesmo Madeiro.

Incito à subversão
contra o Poder e o Dinheiro.
Quero subverter a Lei
que perverte ao Povo em grei
e ao Governo em carniceiro.
(Meu Pastor se faz Cordeiro.
Servidor se fez meu Rei.)

Creio na Internacional
das frontes alevantadas,
da voz de igual a igual
e das mãos enlaçadas…
E chamo a Ordem de mal,
e ao Progresso de mentira.
Tenho menos paz que ira.
Tenho mais amor que paz.

… Creio na foice e no feixe
destas espigas caídas:
uma Morte e tantas vidas!
Creio nesta foice que avança
– sob este sol sem disfarce
e na comum Esperança –
tão encurvada e tenaz!

Antologia Retirante – poemas
Dom Pedro Casaldáliga
Editora Civilização Brasileira – edição 1978

Conheça mais de Pedro Casaldáliga.

 

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Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Texto elaborado a partir do trabalho de Marluce Scaloppe, da UFMT: Jornal Alvorada: registro e história das lutas do povo do Araguaia em tempos de ditadura.

Quando o jornal Alvorada foi lançado, em 1970, os veículos de comunicação no Brasil viviam sob forte censura imposta pelas autoridades militares.

A censura imposta à imprensa recaiu também sobre a Igreja. Sobre duas formas a Igreja progressista foi atingida: censura sobre a ação e pronunciamentos de bispos e religiosos e a censura nos veículos de comunicação das Dioceses espalhadas por todo o país.

Os setores progressistas da Igreja Católica, articulados com movimentos populares e de esquerda, declararam resistência aos governos militares, assumindo um importante papel político no Brasil.

É nesse contexto que, a recém criada Prelazia de São Félix do Araguaia, cria o primeiro meio de comunicação escrita da Amazônia, o jornal Alvorada. Hoje, 49 anos depois e con frequência bimensal, se imprimem e distribuem 2.000 exemplares.

O jornal é estimulado em um momento em que lideranças episcopais, estimuladas pelo CELAM, em Medellín, passaram a adotar práticas “libertadoras”. Dessa forma, o surgimento de rádios comunitárias, de revistas, circulares, etc se espalha pelas diversas dioceses e prelazias do País.

Quando foi lançado, o jornal Alvorada atuou como é o principal veículo de comunicação de uma área de aproximadamente 150 mil Km² no noroeste de Mato Grosso.

No “vale dos esquecidos”, como é chamada a região pelos próprios moradores, não havia telefone, televisão, rádio ou correio. Não havia nem mesmo energia elétrica.

ALVORADA na terra e na vida da gente.
Sol quente e chuva brava sobre o Araguaia.
O Araguaia traz tudo em seu banzeiro,
basta saber olhar.

O verão seco de perseguição
machucou, doeu e ensinou.
Mas quem tem coragem e Esperança está de pé.
ALVORADA vem dizer que a vida continua,
ALVORADA é um momento de palestra para nós,
que fazemos parte do Povo de Deus,
que se arranhou neste serão, entre o Araguaia e o Xingu.

Jornal Alvorada, edição de janeiro de 1974 

Até o final dos anos 1970, poucas pessoas estavam envolvidas no processo de produção do jornal, como redação das notícias e impressão. Na linha de frente sempre, a presença do bispo Dom Pedro Casaldáliga, irmã Irene, padre Falieiro (quem fazia as ilustrações do jornal) e um grupo de jovens agentes de pastoral, entre eles, Pontim e Moura.

Alvorada pra nós, pra muitas pessoas em São Felix é como se fosse a Bíblia, entendeu? A gente só tem certeza… Se sair uma notícia aqui no Mato Gosso […] na Globo […] a gente presta atenção, mas a gente só vai ter certeza mesmo, a gente só vai confiar quando sair no Alvorada. Então eu considero assim, pra mim e pra muitos, a gente lê o Alvorada como se fosse a Bíblia, entendeu? Assim, é uma coisa sagrada pra nós principalmente.

Lindaura Paiva

O Alvorada traz uma linguagem simples e se vale muito de fotos e ilustrações, principalmente do pintor Cerezo Barredo.

Todas as atividades da Prelazia têm, no Alvorada, um espaço importante para informação, divulgação e formação permanente, como a página de formação bíblica e saúde e educação, dois históricos problemas sociais da região. [Gonzaga, Agnaldo Divino]

Em uma região, ainda marcada pelas carências sociais e pelas distâncias que dificultam a comunicação, o Alvorada faz-se significativo. É também distribuído em várias regiões do Brasil e em outros países. [Gonzaga, Agnaldo Divino]

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As obras de Casaldáliga na internet

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Com mais de 50 trabalhos publicados e centenas de entrevistas concedidas, Pedro Casaldáliga é também comunicação .

Ele sempre expressou seu primeiro desejo de se dedicar ao jornalismo e, de fato, foi diretor de duas revistas em sua juventude, uma em Sabadell e outra em Madri, durante sua formação.

Pere Casaldàliga também é poeta . Ele escreveu mais de 200 poemas que constituem uma das formas mais profundas de conhecer o autor, suas convicções, suas crenças e sua visão do mundo.

Como acessar sua biblioteca

Por ocasião do seu 90º aniversário, José María Vigil e José María Concepción, amigos de Bispe Pere, lançaram um novo portal on-line com todos seus poemas e escritos, disponíveis para download gratuito.

São livros, artigos, poemas e outros escritos e intervenções de Casaldáliga, que foram subidos e estão sendo atualizados para este portal, para que a sua obra permaneça disponível para qualquer pessoa interessada no trabalho deste bispo claretiano.

Acessar é muito fácil .

Todo o conteúdo está armazenado na plataforma Academia.edu e o Bispo Casaldáliga tem seu próprio site.

Você pode ler os títulos, baixá-los, comentá-los on-line com outras pessoas, tornar-se um seguidor do portal e receber notificações, etc.

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