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Aquí é onde reza Casaldáliga

Aquí é onde reza Casaldáliga

Aquí é onde reza Casaldáliga

O relato é de Maximino Cerezo, sacerdote católico, religioso claretiano e artista plástico espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 01-08-2017. A publicação em português é do Instituto Humanitas Unisinos.

Em algumas de minhas visitas a Pedro, surgiu a ideia de fazer uma capela no quintal, mas que necessariamente estivesse aberta às árvores, aos vizinhos, ao sol e à sombra. Tracejei a ideia, à mão livre, em um dos envelopes das revistas que Pedro Casaldàliga recebia.

Um esboço com as dimensões, detalhes construtivos e o desenho fundamental, a partir do qual Pedro Solá, que foi claretiano e um dos primeiros companheiros de Pedro no Brasil, começou a trabalhar. Como mestre de obras, devem-se a ele muitas das igrejas que foram construídas na Prelazia, em seus primeiros anos. Também a catedral de São Félix.

Uma capela aberta ao Mundo

Esta capela aberta da casa de Pedro é uma das obras pela qual me sinto feliz. Capela que se mantém até hoje. Lugar de oração, de celebração da eucaristia diária entre o barulho das folhas das árvores, o canto dos galos dos vizinhos e o indolente passeio dos gatos que rondam por ali.

Lugar de encontro semanal com os agentes de pastoral mais próximos; e também, ali, foram gravadas muitas das entrevistas concedidas por Casaldáliga a jornalistas provenientes de muitas partes do mundo.

Lugar de oração e lembrança

Com o tempo, acrescentei algumas coisas: a pintura do sacrário, a frente do altar e a placa de alumínio em relevo – sobre um pedaço que recortei de uma velha geladeira resgatada de um lixão da cidade -, que serve de fundo à caixa das relíquias dos mártires: um pedaço da casula ensanguentada do arcebispo Romero e um fragmento do crânio de Ignacio Ellacuría (na foto).

Há também recortes de fotos de dom Romero, de dom Angelelli, do padre João Bosco, de Rodolfo Lunkenbein, de Francisco Jentel e dos estudantes claretianos mártires de Barbastro.

Durante muitos anos, esteve sobre o pequeno altar a terracota de uma pomba da paz, que levei de Ica, Peru, para Casaldáliga. Obra de um camponês que havia sido torturado pelas forças de segurança do país e que foi libertado graças às denúncias e providências da Comissão de Direitos Humanos da região.

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Quem sou eu? qual é a minha história?

Quem sou eu? qual é a minha história?

Quem sou eu? qual é a minha história?

Estamos vivendo um tempo de disputas políticas, violências e egoísmos. Um tempo destruição ambiental. Muitos falsos profetas mentem para tentar nos incluir no seu grupo eleitoral ou nos seus negócios. Um tempo que exige atenção! e pensamento! Mas, com tanto discurso e tanta mentira, como saber? como saber?.

As três perguntas primeiras

Tente responder estas três perguntas

1. Quem sou eu?

2. Qual é a minha história?

3. Que valor tem essa terra?

e veja,

Quem sou eu?

1. Se eu não sou apenas eu e me preocupo pela juventude, pelos velhos, pelas mulheres pelo povo. Se eu não só apenas eu e sou também comunidade porque é com ela que vivoe é com ela que quero estar feliz. Se eu não sou apenas eu e prefiro chegar junto com outros a uma meta, em vez de sozinho, ainda que juntos caminhemos mais devagar. Se eu não sou apenas eu porque cuidar dos outros é tão importante como cuidar de mim e busco união e não divisão. Então, eu eu não sou apenas eu, eu sou nós.

2. Qual é a minha història?

Se a minha história, não é só minha, é de tantos que chegaram antes de mim e tantos que estavam aqui antes de mim: migrantes que buscavam um chão fugindo da miséria e exploração; populações que vendo sua terra invadida deram a vida para defender e preservar seu território. Se minha história é uma história de trabalho e luta compartilhada.
Então, a minha história não é apenas minha, é nossa.

3. Que valor tem esta terra?

Se o valor desta terra vai além do dinheiro, porque o cheiro da terra úmida, os pulos dos bichos e as gargalhadas das aguas limpas me tiram a solidão e me trazem alegrias gratuitas.

Se o valor desta terra não é só mercado, porque os sons de suas matas e de suas aguas e seus profundos silêncios, às vezes, valem mais do que qualquer coisa que eu possa ganhar ou trocar.

Se o valor desta terra não é só produção sem limite porque sinto o pulsar dos frutos sem veneno, o cheiro do ar limpo e transparente nas madrugadas, a satisfação ao ver as roças saudáveis, a vida da floresta em pé.

Então, não há dúvida, EU SOU NÓS e NÓS SOMOS TERRA.

Lola Campos, Operação Amazônia Nativa. 2018.

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Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Alvorada: escapando da repressão no Araguaia

Texto elaborado a partir do trabalho de Marluce Scaloppe, da UFMT: Jornal Alvorada: registro e história das lutas do povo do Araguaia em tempos de ditadura.

Quando o jornal Alvorada foi lançado, em 1970, os veículos de comunicação no Brasil viviam sob forte censura imposta pelas autoridades militares.

A censura imposta à imprensa recaiu também sobre a Igreja. Sobre duas formas a Igreja progressista foi atingida: censura sobre a ação e pronunciamentos de bispos e religiosos e a censura nos veículos de comunicação das Dioceses espalhadas por todo o país.

Os setores progressistas da Igreja Católica, articulados com movimentos populares e de esquerda, declararam resistência aos governos militares, assumindo um importante papel político no Brasil.

É nesse contexto que, a recém criada Prelazia de São Félix do Araguaia, cria o primeiro meio de comunicação escrita da Amazônia, o jornal Alvorada. Hoje, 49 anos depois e con frequência bimensal, se imprimem e distribuem 2.000 exemplares.

O jornal é estimulado em um momento em que lideranças episcopais, estimuladas pelo CELAM, em Medellín, passaram a adotar práticas “libertadoras”. Dessa forma, o surgimento de rádios comunitárias, de revistas, circulares, etc se espalha pelas diversas dioceses e prelazias do País.

Quando foi lançado, o jornal Alvorada atuou como é o principal veículo de comunicação de uma área de aproximadamente 150 mil Km² no noroeste de Mato Grosso.

No “vale dos esquecidos”, como é chamada a região pelos próprios moradores, não havia telefone, televisão, rádio ou correio. Não havia nem mesmo energia elétrica.

ALVORADA na terra e na vida da gente.
Sol quente e chuva brava sobre o Araguaia.
O Araguaia traz tudo em seu banzeiro,
basta saber olhar.

O verão seco de perseguição
machucou, doeu e ensinou.
Mas quem tem coragem e Esperança está de pé.
ALVORADA vem dizer que a vida continua,
ALVORADA é um momento de palestra para nós,
que fazemos parte do Povo de Deus,
que se arranhou neste serão, entre o Araguaia e o Xingu.

Jornal Alvorada, edição de janeiro de 1974 

Até o final dos anos 1970, poucas pessoas estavam envolvidas no processo de produção do jornal, como redação das notícias e impressão. Na linha de frente sempre, a presença do bispo Dom Pedro Casaldáliga, irmã Irene, padre Falieiro (quem fazia as ilustrações do jornal) e um grupo de jovens agentes de pastoral, entre eles, Pontim e Moura.

Alvorada pra nós, pra muitas pessoas em São Felix é como se fosse a Bíblia, entendeu? A gente só tem certeza… Se sair uma notícia aqui no Mato Gosso […] na Globo […] a gente presta atenção, mas a gente só vai ter certeza mesmo, a gente só vai confiar quando sair no Alvorada. Então eu considero assim, pra mim e pra muitos, a gente lê o Alvorada como se fosse a Bíblia, entendeu? Assim, é uma coisa sagrada pra nós principalmente.

Lindaura Paiva

O Alvorada traz uma linguagem simples e se vale muito de fotos e ilustrações, principalmente do pintor Cerezo Barredo.

Todas as atividades da Prelazia têm, no Alvorada, um espaço importante para informação, divulgação e formação permanente, como a página de formação bíblica e saúde e educação, dois históricos problemas sociais da região. [Gonzaga, Agnaldo Divino]

Em uma região, ainda marcada pelas carências sociais e pelas distâncias que dificultam a comunicação, o Alvorada faz-se significativo. É também distribuído em várias regiões do Brasil e em outros países. [Gonzaga, Agnaldo Divino]

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As obras de Casaldáliga na internet

As obras de Casaldáliga na internet

As obras de Casaldáliga na internet

Com mais de 50 trabalhos publicados e centenas de entrevistas concedidas, Pedro Casaldáliga é também comunicação .

Ele sempre expressou seu primeiro desejo de se dedicar ao jornalismo e, de fato, foi diretor de duas revistas em sua juventude, uma em Sabadell e outra em Madri, durante sua formação.

Pere Casaldàliga também é poeta . Ele escreveu mais de 200 poemas que constituem uma das formas mais profundas de conhecer o autor, suas convicções, suas crenças e sua visão do mundo.

Como acessar sua biblioteca

Por ocasião do seu 90º aniversário, José María Vigil e José María Concepción, amigos de Bispe Pere, lançaram um novo portal on-line com todos seus poemas e escritos, disponíveis para download gratuito.

São livros, artigos, poemas e outros escritos e intervenções de Casaldáliga, que foram subidos e estão sendo atualizados para este portal, para que a sua obra permaneça disponível para qualquer pessoa interessada no trabalho deste bispo claretiano.

Acessar é muito fácil .

Todo o conteúdo está armazenado na plataforma Academia.edu e o Bispo Casaldáliga tem seu próprio site.

Você pode ler os títulos, baixá-los, comentá-los on-line com outras pessoas, tornar-se um seguidor do portal e receber notificações, etc.

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Porque tem tantos mártires na América Latina

Porque tem tantos mártires na América Latina

Porque tem tantos mártires na América Latina

“Um Povo ou uma Igreja que esquece seus mártires não merece sobreviver”, diz o Bispo Pedro Casaldáliga.

As Causas que dão sentido à vida

Assassinados por uma Causa; por vezes torturados, sempre perseguidos.

A América Latina é uma das regiões mais desiguais do planeta e, por isso, a defesa dos mais pobres é sempre um “ataque” aos mais ricos.

Na América Latina não se faz verdadeira solidariedade sem denuncia. E a denuncia é, na maioria das vezes, objeto de enfrentamento com o capital.

Quando fazer parte de um movimento social, de uma entidade de voluntariado ou de uma ONG significa tomar partido, se posicionar claramente, a realidade só admite uma opção: o compromisso radical a favor dos pobres e contra os poderosos.

Por isso, na realidade latino-americana temos numerosos casos de homens e mulheres que deram as suas vidas, movidos por sua fé e seu desejo de servir às causas dos camponeses, indígenas, trabalhadores, dos pobres.

O que é ser mártir?

Em palabras do Teólogo espanhol Juan Ignacio González Faus: “A morte do mártir não é a morte do kamikaze … O mártir, pelo contrário, recebe-a passivamente: tudo o que ele faz é não se afastar do caminho”. Assim ele age como Jesus. Além disso, acrescenta ele, “o mártir, a testemunha é aquele que dá fé. Isto é, o mártir é um gerador de fé , ele é aquele cujo testemunho é o mais credível ”.

O mártir, no significado de hoje, é aquele que dá a própria vida pela verdade. “Todo aquele que testifica a verdade, seja com palavras ou com atos ou trabalhando de alguma forma a favor dela, pode ser chamado com todos os direitos: testemunha.”

Tempo de mártires

“Este, mais do que nunca, é um tempo de mártires”. Pedro Casaldáliga.

A memória é um compromisso. Preservá-la e manté-la viva é obrigação de todas/os. Manter a lembrança das pessoas que deram a vida pelas causas da Justiça deveria ser uma de nossos prioridades.

A memória subversiva de tantos mártires é um forte alimento da espiritualidade de nossas comunidades e da resistência de nossos povos, o caminho da Libertação.

A celebração dessa memória, tão sacramentalmente eficaz, é a melhor expressão de uma gratidão que conforta e compromete.

Um povo ou uma igreja que esquece seus mártires não merece sobreviver.

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