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As 3 qualidades para ser “boa pessoa”

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8 de junho de 2020

A Vida de Pedro Casaldáliga

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19 imagens que marcaram a vida de Casaldáliga

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«Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e,
sobretudo, nada matar.»

Estes são alguns dos momentos que marcaram a vida de Pedro Casaldáliga.

Agora, aos 92 anos, ele continua iluminando o caminho do compromisso, da luta e da esperança.

16 de fevereiro de 2020

A vida de Pedro Casaldáliga

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16 de fevereiro de 2020

A Vida de Pedro Casaldáliga

Celebramos a tua vida doada caminhando ao lado da Humanidade mais empobrecida.

Celebramos a tua poesia que canta ternura e denúncia como sacramento a serviço da vida.

Celebramos a tua paixão pela utopia, razão da tua existência.

Celebramos o teu testemunho feito Boa nova em Jesus de Nazaré, acompanhando a libertação de todos os povos oprimidos.

Com alegria, queremos celebrar, também hoje, a tua profunda mística que nos mostra Deus no rosto dos desprezados.

E queremos agradecer por tua vida vivida, espelho de um amor além da entrega; o teu canto de libertação para além de você mesmo.

Obrigado pela trascendência de tua presença nesta terra vermelha, sempre acompanhada de um profundo realismo e compromisso.

Obrigado pela tua esperança, que nos ensina que, além de tudo, é possível acreditar e esperar a nova Humanidade que está por vir.

Das profundezas do seu silêncio martirial, você nos convoca a trabalhar para o Reino, aqui e agora, e mesmo que a tua palavra esteja presa hoje em silêncio sagrado, ela continua a iluminar o nosso caminho.

Obrigado, Pedro, irmão, mestre e amigo.

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Esta é a mulher que morou 30 anos com Dom Pedro Casaldáliga

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Ofereceu uma chicara de café aos militares enquanto revistavam a escola à procura de elementos “subversivos”; levou para imprimir clandestinamente o primeiro documento episcopal de Casaldáliga… em um avião do exército! Além disso, é responsável de que o Arquivo da Prelazia de São Félix do Araguaia tenha mais de 300 mil documentos e seja uma referência na história do Brasil e da América Latina.

12 de novembro de 2019

A vida de Pedro Casaldáliga

Viveu na casa de Pedro Casaldáliga. Ocupou um pequeno quarto com vista para a área interior, onde acontence uma boa parte da vida da casa do bispo. Ao lado de sua pequena, mas resistente cama de madeira, típica da maioria das casas da Prelazia, havia um piano protegido da poeira do Araguaia por um pano marrom escuro.

De tempos em tempos, as notas daquele velho piano espalhavam-se pela casa e a elevavam -ainda mais alto- em uma aura de paz divina emanando da terra e do compromisso radical de Pedro e Irene.

Desafiando os poderes estabelecidose  arriscando sua vida todos os dias, o compromisso de Casaldáliga atraiu um grande número de religiosos e leigos que queriam mudar as coisas no Brasil.

A Irene Franceschini, a tia Irene, foi uma dessas pessoas. Era uma religiosa, da ordem das Irmãs de São José. Chegou a São Félix quando a situação era mais tensa e difícil, deixou tudo para trás e entregou-se de corpo e alma a um povo e uma terra que definitivamente se tornaram seu povo e sua terra.

Francesc Escribano

El Periódico de Catalunha, 2008

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Conheça MAIS sobre Pedro Casaldáliga e seu trabalho na Amazônia.

Feito desde o Araguaia e desde Barcelona!

¿Quem foi?

Irene Maria Paula Franceschini, nascida em São Paulo em 1919, foi filha de um músico ítalo-brasileiro que chegou ocupar a 28ª cadeira da Academia Brasileira de Música. Neta do Conde José Vicente de Azevedo. Tão frágil e delicada, quanto obstinada e perseverante. Pianista, professora de música e religiosa da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry.

Depois de passar a metade da vida dedicada a ensinar música na escola da Congregação em São Paulo, Irene sentiu o impulso de ser “missionária” e, ao ficar sabendo que pediam voluntários para ir à recém-criada Prelazia de São Félix do Araguaia, decidiu se apresentar.

Assim, chegou ao Araguaia em 1971 após uma viagem de mais de 3 semanas, de ônibus e a cavalo, de sua São Paulo natal até o interior da Amazônia: 1.918 Km.

Era uma época brava. Vivia-se sob o regime militar e tudo era proibido, com exceção do que era ditado pelos militares de plantão. E até a esses senhores a Tia Irene enfrentou com uma calma e uma firmeza capaz de desconcertá-los, como na ocasião em que um grupo de militares do Exercito aqui esteve para investigar se a Prelazia mantinha ligações com a Guerrilha do Araguaia.

A Tia Irene era secretária do GEA – Ginásio Estadual do Araguaia -, que funcionava no Centro Comunitário. O Comandante queria fazer a revista no dia seguinte, no horário oficial; no dia seguinte, ele chegou, acompanhado de soldados armados, às sete horas da manhã; a Tia Irene ainda não tinha as coisas arrumadas como ele ordenara, o que o deixou irritado. Questionada, a Tia Irene, com a firmeza e calma que lhe eram peculiares, respondeu que o horário oficial era o do Estado de Mato Grosso e não o de Brasília e continuou a fazer o seu trabalho, deixando o Comandante desconsertado.

Maria José Souza Moraes

Advogada da Prelazia de São Félix do Araguaia desde 1982

A mulher do bispo ?

A Imrã Irene passou mais de 30 anos ao lado do bispo Casaldáliga, cuidando da administração de sua casa, atendendo discretamente às visitas que o Pedro recebe e também entregando-se totalmente à missão de trabalhar junto às pessoas mais cartentes do Araguaia.

Alguns dos camponeses que passavam regularmente pela casa de Casaldáliga em busca de alimento ou apoio, talvez não muito conscientes das castas imposições da Igreja Católica, Apostólica e Romana -sempre tão distante dos “trópicos”, comentavam com naturalidade e uma boa dose de inocência que a “mulher do bispo” tinha atendido eles. A sempre fiel e presente Irene.

Mas além do papel de “chanceler” da casa de Casaldáliga, em toda a região de Araguaia, Irene era conhecida como “Tía Irene”: Irene contribuiu decisivamente para que na região muitas mulheres aprendessem a ler e escrever, pois foi uma das fundadoras e promotoras dos primeiros projetos de alfabetização para adultos na Amazônia.

Com elas, também formou grupos organizados que, pela primeira vez, lutaram pelos seus direitos e se organizaram para agir politicamente por suas liberdades.

Em São Félix foi secretária do Ginásio Estadual Araguaia (GEA), foi fundadora e presidente da Associação Nossa Senhora da Assunção (ANSA), trabalhou em serviços de administração e de chancelaria, assumiu inúmeros trabalhos pastorais e foi até sua morte a alma do rico arquivo da mesma Prelazia. Foi confidente e conselheira, sobretudo das mulheres e com elas criou o Clube das Mães. Os pobres e sofredores sempre encontraram nela um coração solidário.

Pedro Casaldáliga, 2008

A revolução delicada e firme

Em 1972, a repressão militar caiu sobre a Prelazia de São Félix do Araguaia. Os soldados entraram nas casas agitando o fantasma do comunismo (tão “útil” em toda a América Latina) e também registraram a pequena escola da Prelazia em busca de armas e sinais de conexão com o Guerrilha do Araguaia, que, na verdade, tinha atuação muito mais para o leste.

«Eles (os militares) acreditavam que tínhamos ligações com a guerrilha. Só que a Guerrilla del Araguaia estava muito longe daqui, no Estado do Pará. Desconfiados, os soldados queriam ver tudo. Mandaram chamar toda a gente para fotografar e tirar impressões digitais. As meninas, por mais simples que fossem, foram consertar os cabelos porque, afinal, elas iam fazer um retrato delas…”.

Irene Franceschini

No meio de toda essa confusão, Irene ofereceu-lhes um café enquanto esperavam…

Conhecendo muito bem o peso político de sua atividade e dedicando-se a ela com a força de quem sabe que está “na resistência”, a Irmã Irene tinha plena consciência do risco que corria e da situação de repressão e violência em que se encontravam.

Na verdade, outros de seus colegas da Prelazia não tiveram tanta sorte, e muitos deles foram presos, torturados ou assassinados, como o pai João Bosco Bournier que foi baleado na cabeça por um policial militar na cidade de Ribeirão Cascalheira por defender duas mulheres que estavam sendo torturadas na delegacia.

Radicalmente coherente, directa e “severa”

A Tia Irene, junto com o bispo Pedro Casaldáliga e um grupo de leigos/as fundaram a Associação ANSA , a organização de solidariedade a serviço da dignidade dos direitos e da construção de uma cidadania plena dos povos indígenas, dos camponeses e daqueles que mais sofrem na região do Araguaia.

Mas, acima de tudo, a irmã Irene Franceschini trabalhou com as mulheres do Araguaia. Mulheres que sofreram (e sofrem) diretamente os efeitos cruéis de uma sociedade machista. As mulheres que nesta terra do extremo oeste do país foram condenadas às tarefas domésticas e subordinadas a “seus homens”: primeiro aos seus pais, depois a seus irmãos homens, mais tarde aos seus maridos e, muitas vezes, para terminar, até aos seus filhos homens. A Irmã Irene as ajudou a serem mais cientes de suas forças, de seus direitos, do seu potencial, dentro e fora de casa. Lado a lado com elas, dia após dia, compartilhando a ação, foram se transformando em sujeitos políticos desta história do Araguaia.

A Irmã Irene era assim: firme, direta, severa, não tegiversava, não transigia nem fazia concessões, quando se tratava de direitos e justiça, principalmente quando estavam em jogo questões ligadas aos posseiros, aos sem terra, aos indígenas e às mulheres, enfim às camadas excluídas de direitos da justiça. Tinha uma capacidade admirável de indignar-se com as injustiças e as vislumbrava mesmo nos atos que se revestiam de uma aparência de justos.

Maria José Souza Moraes, 2008

Seja a nossa pequena -e sempre insuficiente lembrança, aos 11 anos de sua ressureição e aos 100 anos de seu nascimento, em São Paulo, no dia 16 de novembro de 1919.

Obrigado Tia, muito obrigado.

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O que é a Teologia da Libertação?

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Pedro Casaldáliga nos contou em entrevista a José Ramón González Parada, em 2007, na revista Vento sul .

«O teologia da libertação é teologia, é sobre Deus, de relações com Deus e é teologia cristã. É da Igreja Católica, só que possui características próprias, como o lugar e o tempo em que surgiu: na América Latina, nas décadas da revolução, da reivindicação de autonomia, da reivindicação contra a dependência; e insiste em trabalhar as conseqüências sociais e políticas que o evangelho autêntico também inclui: o compromisso de nós, cristãs e cristãos, na transformação da sociedade.

A regra: Ser Livre

Queremos uma libertação integral, a libertação da ignorância, a libertação do medo, a libertação do egoísmo e do pecado, e também a libertação do pecado e das opressões econômicas e sociais que degradam a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, é também uma teologia política, porque atinge e afeta estruturas políticas e sociais. Os profetas – que terminaram todos mal – levantaram-se contra os reis, contra os invasores e anunciaram ao povo de Deus seus direitos, sua liberdade.

Mural que preside a Catedral de São Félix do Araguaia, de autoria do claretiano Maximino Cerezo Barredo. Jesús, o Ressuscitado, é carregado e elevado pelo Povo.

Jesus optou pelos pobres, respondeu aos poderosos do templo, da propriedade, do império e, é claro … Jesus era político, e não político.

Ele não era deputado, não era senador, não era presidente da república, mas viveu e anunciou o reino de Deus, justiça, fraternidade, liberdade, sua própria cultura, de acordo com a etnia de cada um.

O método: a ação

Agora, teologia da libertação não permanece em pensamento, em livros, em conferências, apóia a espiritualidade da libertação, pastoral da libertação e daí surgem aquelas várias pastorais, a da terra, a da índia, a da mulher marginalizada, da infância, da comunicação, da habitação. Todas aquelas pastorais que abrem uma opção para o povo.

O começo: o social e o econômico

Essas pastorais ainda são válidas neste momento. As comunidades eclesiais de base, típicas da teologia da libertação, estão lá. Somente para a mídia a teologia da libertação não tem o gancho que havia trinta anos atrás, a novidade aconteceu.

Lembro que os jornalistas chegaram e me disseram: Don Pedro, com licença, essa é a “teoria” da libertação; foram momentos muito críticos para a sociedade e para a igreja, era novo, agora não existe, mas ainda existe. Além disso, nos primeiros anos a teologia da libertação diferia do Evangelho e da política.

Evolução: as causas

Posteriormente, foram adicionados os principais setores que haviam sido um pouco cancelados, a mulher, a negra, a indígena, valorizando a cultura, valorizando o grupo étnico. No início, a revolução preocupou-se com o político-econômico.

Então a teologia da libertação foi enriquecida por esses movimentos setoriais e também enriqueceu o diálogo ecumênico, o diálogo entre as religiões.

Hoje o diálogo é macroecumênico; com o fenômeno da emigração …… trinta anos atrás, quem pensou no mundo muçulmano?

Uma definição

Copiamos aqui a explicação que José Manuel Vidal nos oferece na revista Religião Digital :

«A Teologia da Libertação (TdL) é uma corrente teológica composta de vários aspectos cristãos, nascidos na América Latina que já vinham forjando um olhar diferente, e que se consolidou após o Concílio Vaticano II (1959-1962) e de sua aplicação na América Latina na I Conferência do Episcopado Latino-Americano de Medellín (CELAM, Colômbia, 1968), assim como nas Comunidades Eclesiais de Base (CEB) que surgiram no Brasil na década de 1960.»

A essência da Teologia da Libertação é a defesa de que o Evangelho exige a «opção preferencial para os pobres». Ponto. Isso é a Teologia da Libertação.

No entanto, para a análise e a interpretação da realidade, a Teologia utiliza as ciências humanas e sociais como um método de apoio. Não é alheia à ciência, nem à política.

Para saber mais

Colocamos aqui três leituras recomendadas, sem pretender ser exaustivos ou acadêmicos demais para conhecer mais:

Breve história da teologia da libertação (1962-1990), de Roberto OLIVEROS MAQUEO SJ, em espanhol.

O que a Comunidade Eclesial de Base. Frei Betto, em português.

A opção para os pobres na busca pelo Reino e sua justiça. Leo Burone, em espanhol.

E, melhor, ao invés de citar aqui a quantidade de trabalhos que existem sobre o assunto, recomendamos que você acesse a Biblioteca da página amiga Serviços Koinonia, onde há uma exelente coleção de obras sobre o assunto!

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Pedro Casaldáliga do Araguaia e do Llobregat

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A terra onde só se nasce e morre

“A primeira semana de nossa estadia em São
Felix morreram quatro crianças e passaram por casa em
caixas de papelão, como sapatos, a caminho do
cemitério no rio. Nesse mesmo lugar, mais tarde, teríamos
que enterrar outras crianças e 
outros muitos adultos, muitas vezes sem sequer uma caixa e nem mesmo um nome “.

Creio na Justíça e na Esperança. Pedro Casaldáliga, 1975

Sete dias de caminhão desde São Paulo. Era o mês de julho de 1968 e os missionários Pedro Casaldáliga e Manuel Luzón chegaram às terras de São Félix do Araguaia, na Amazônia, 1.200 km ao norte de Brasília. Uma área do tamanho de todo o Portugal, “de rios e campos e floresta, ao noroeste do Mato Grosso, dentro da chamada Amazônia” legal “, entre os rios Araguaia e Xingu”, era sua “missão” e acabaria sendo também a sua terra.

A região do Araguaia pertence politicamente ao estado brasileiro de Mato Grosso, uma área duas vezes o tamanho da Espanha, mas com 3 milhões de habitantes: um “deserto” verde, no coração do Brasil, onde a floresta amazônica começa e termina um dos biomas mais importantes do mundo (embora bastante desconhecido), chamado Cerrado.

“A primeira coisa que chamou minha atenção foram as distâncias. Geográficas, sociológicas e espirituais. Foi como pousar em outro mundo. Havia proprietários de até um milhão de hectares de terra. Capitalismo feroz financiado pelos militares. Era a terra de ninguém, onde nascer e morrer era fácil e onde era difícil viver. Mas também era uma terra de sonhos lucrativos para os ricos.”

Esta é a primeira imagem que temos da chegada de Pedro Casaldáliga e Manuel Luzón no Araguaia. Era agosto de 1968 e o Pedro estava com 40 anos.

Se posicionar ao lado dos pobres

Em face da violência, pobreza e escravidão, era necessário decidir: ou era ao lado dos meus pobres, com todas as consequências, ou a visão era pesada e os ricos eram favorecidos. Como explica Francesc Escribano: “Lá, as posições “mornas” não são apenas inúteis, mas também impossíveis. É por isso que Casaldáliga teve que agir. Ele fez opção inequivoca e radicalmente em favor dos pobres e dos oprimidos “.

Esta posição, no entanto, não foi fácil: significava declarar a guerra, abertamente, aos latifundiários e aos militares. A ditadura não demorou para colocar a Prelazia de São Félix do Araguaia na mira da repressão.

“Era hora de escolha, uma opção rasgada que era contra o meu próprio temperamento, contra o desejo natural de estar bem com todos, contra a formação da gentileza “evangélica” recebida… um rasgão que continua a se sentir na vida”.

A radicalidade de Casaldáliga, no entanto, não deve ser confundida com “excesso”. O Pedro tem absoluta clareza de ideias, é verdade; possui um compromisso inabalável, também; mas acima de tudo, Pedro é uma inteligência privilegiada que o levou a ser capaz de se opor aos poderosos protegendo os mais fracos. Pedro Casaldáliga é, acima de tudo, sabedoria.

Um bispo sem “enfeites”

Desde o primeiro dia, Casaldáliga foi um bispo diferente. Ele decidiu não usar mitra, nem báculo, nem anel. O anel episcopal que ele carrega é o que os índios Tapirapé deram. Ele sempre disse que não quer nenhum luxo ou conforto que não possa encontrar nas casas de seus vizinhos. A casa do bispo de São Félix, sempre está aberta a todos. Não teve TV nem geladeira até cumprir os 70 anos.

L’habitació de Pere Casaldàliga no ha tingut mai porta.

O bispo Pedro é uma pessoa “normal”. Com um senso de humor brilhante. Como escreveu Paco Escribano no mesmo artigo no Diário Ara: “Se eu tivesse que enfatizar uma característica da sua personalidade, poderia dizer a coerência, a radicalidade, a espiritualidade … mas a verdade é que o que mais me surpreendeu foi o seu senso de humor.”

Casaldáliga é capaz de ver além, de sentir coisas que os outros não sentem. A sua presença nos faz sentir uma profunda onda de renovação interior. Mas, ao mesmo tempo, o bispo lava a louça do almoço, coloca as roupas sujas pra lavar ou varre o quintal com toda a naturalidade. A humildade de Casaldáliga é vivida com toda tranquilidade. O luxo, ou mesmo o conforto, não fazem parte da sua vida. Pronto. A pobreza é e tem sido o seu modo normal de viver.

Pedro muda o mundo

Achamos que não é exagerado dizer que o mundo não é o mesmo depois da vida, obra e trabalho de Pedro Casaldáliga. Ele chegou em uma região esquecida, onde “não conseguimos encontrar nenhuma infraestrutura administrativa, nenhuma organização de trabalho, nenhum controle. A lei era a lei do mais forte. O dinheiro e o 38 eram impostos” e, 50 anos depois, encontramos um povo vivo que luta; movimentos sociais que ajudam e denunciam os que mais sofrem e, sobretudo, uma sociedade mais consciente dos desafios que a Humanidade tem pela frente.

Se hoje podemos falar em meio ambiente, em desigualdades, em povos indígenas ou em direitos trabalhistas é, em grande parte, graças ao trabalho e à visão de Casaldáliga.

É verdade que no Araguaia ainda sofremos as conseqüências de lidar com os poderosos. É verdade que a pobreza e a fome ainda fazem parte do cotidiano desta região. Nós não podemos dizer que a guerra ganhou.

Mas Pedro Casaldáliga foi fundamental para que hoje, especialmente na América Latina, encontremos sindicatos, pastorais sociais, ONGs, movimentos associativos e até uma Igreja diferente. Essa é a esperança que Pedro semeou e que cresce “apesar dos pesares neoliberais e eclesiásticos”, como ele diz.

Como está hoje o bispo Pedro Casaldáliga

Dom Pedro continua morando em São Félix do Araguaia. Ele nunca voltou para a Catalunha, nem quando a mãe dele faleceu. Ele vive há alguns anos com o Parquison e, agora, aos 91 anos, “ele não se expressa profusamente com palavras e escritos, que sempre foram muito marcantes. E isso certamente é um grande sofrimento. Mas Pedro se comunica de outras maneiras, com gestos, olhares, apertões fortes em nossas mãos, e nos dá a bênção com os gestos de suas mãos. As pessoas sabem que ele está lá, é o Pedro, e que ele nos reconhece “, explicou Maria Júlia Gomes Andrade à revista Brasil de Fato.

As mais de 500 pessoas que são atendidas anualmente pela associação que ele fundou no Araguaia ainda precisam de muito apoio, mas o caminho está mais claro porque a luz dele está conosco!

O Pedro continua a ser inspiração, força e compromisso. Do Araguaia, trabalhamos com a organização que ele fundou em 1974. Apoiamos os trabalhadores sem terra, os camponeses que querem plantar, as mulheres vulneráveis e os povos indígenas que ainda enfrentam muitos desafios.

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