Canción de la hoz y el haz
Com um calo por anel,
monsenhor colhia arroz.
Monsenhor «martelo
e foice»?
Me chamarão subversivo.
E eu direi: eu sou.
Para o povo em luta, eu vivo.
Com o meu povo em marcha, eu vou.
Tenho fé de guerrilho
e amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
sofro e digo o que eu quero.
Se escandalizo, primeiro
queimei meu próprio coração
ao fogo desta Paixão,
cruz de Sua própria Madeira.
Incentivo à subversão
contra o Poder e o Dinheiro.
Eu quero subverter a Lei
que perverte ao povo em cinza
e ao governo em açougueiro.
(Meu pastor se tornou Cordeiro.
O Servo se tornou meu Rei).
Creio na Internacional
das cabeças bem erguidas,
da voz de igual para igual
e das mãos entrelaçadas…
E chamo à Ordem de mal
e ao Progresso de mentira.
Tenho menos paz que raiva.
Tenho mais amor que paz.
… Creio na foice e no faz
destes espinhos caídos:
uma Morte e tantas vidas!
Creio nesta foice que avança
– sob este sol sem disfarce
e na comum Esperança –
tão ocupada e tenaz!
Pedro Casaldáliga, abril de 1972.
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