Pedro Casaldáliga
A esperança que trabalha
Pedro Casaldáliga nasceu em fevereiro de 1928 em Balsareny, na província de Barcelona.
Filho de camponês, vaqueiro, estudou em La Gleva e Vic e ingressou na Congregação dos claretianos.
Ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, em 1952, exerceu diversos ministérios em Sabadell, Barcelona, Barbastro e Madrid, até que em 1968 aceitou fundar uma missão claretiana no Brasil, em São Félix do Araguaia, no estado de Mato Grosso.
Consagrado bispo em 1971, foi responsável pela Prelazia de São Félix do Araguaia, onde descobriu um povoado totalmente oprimido por latifundiários, com altíssimo analfabetismo, um povoado sem saúde, mídia etc.
Assim começa uma intensa tarefa pela defesa dos mais fracos em um sistema repleto de desigualdades exorbitantes.
Sua primeira carta pastoral, Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúncio e Marginalização Social, 1971, reflete a realidade da Prelatura e reflete sobre o compromisso cristão em nome do Evangelho pela justiça e paz, e rapidamente se torna programático.
Teimoso e radical; com um grande senso de humor. Sempre rindo, grande “conversador”. Comprometido, duro, pobre. Esperançado. Amante da poesia e poeta. Místico. Revolucionário. Portador da paz. “Um homem que arde em caridade, que queima onde quer que vá.”
Conhecido como ‘Dom Pedro’, Casaldáliga é uma das personalidades mais representativas da Igreja dos Pobres no Brasil, na América Latina e no mundo.
Considerado um dos mais fiéis adeptos da Teologia da Libertação, é um dos fundadores do Conselho Indígena Missionário (CIMI) e da Comissão Pastoral Terra (CPT).
Datas mais significativas
16/02/1928 – Pedro Casaldáliga Pla nasceu em Balsareny, na província de Barcelona, na Catalunha. Ele é o segundo filho de Montserrat Pla Rosell e Luis Casaldáliga Ribera, que tiveram quatro filhos.
1943 – Entra na Congregação Claretiana (Congregação dos Filhos Missionários do Imaculado Coração de Maria).
1952 – Foi ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona. Até sua chegada ao Brasil, trabalhou na formação de futuros missionários claretianos, junto à Pastoral Juvenil e à Pastoral do Cursillo de Cristandade.
1967 – Participa do Capítulo Geral da Congregação Claretiana de Roma, onde organiza sua ida ao Brasil.
1968 – Junto com o Pe. Manoel Luzón, também claretiano, é enviado ao Brasil para fundar a Missão Claretiana no estado de Mato Grosso, região com alto índice de analfabetismo, marginalização social, violência e concentração de terra.
1969 – O Vaticano oficializa a Prelatura de São Félix do Araguaia, MT.
1970 – É nomeado administrador apostólico da Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Nesse mesmo ano funda o Jornal Alvorada.
1971 – É nomeado bispo prelado de São Félix do Araguaia pelo Papa Paulo VI. No mesmo dia, publica a Carta Pastoral “Uma Igreja na Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social”, denunciando a situação de miséria e violência na região amazônica e que teria impacto nacional.
1972 – É um dos fundadores do Conselho Indígena Missionário (CIMI).
1975 – Junto com Dom Tomás Balduino ajudou a criar a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
1976 – Foi várias vezes ameaçado de morte. Em Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso, estava ao lado do P. João Bosco Penido Burnier, quando foi assassinado por um policial enquanto defendiam duas mulheres que estavam sendo torturadas na cadeia/delegacia.
1986 – Promove a primeira edição da Romaria dos mártires da Caminhada. A Romaria se realiza desde então a cada quatro anos.
1988 – Realiza a visita Ad Límina em Roma.
1992 – Junto com o Pe. José Maria Vigil, criou a primeira Agenda Latino-americana Mundial. Hoje, a Agenda se distribui em 29 países.
1994 – Apoiou a revolta de Chiapas, no México.
1999 – Apoiou governos (nacionais e internacionais) com propostas de políticas populares e em favor da justiça e da paz.
2000 – Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas e em 2012 recebeu o mesmo título pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
2005 – Já sofrendo de mal de Parkinson, apresentou sua renúncia ao e episcopado em 2005, que foi aceita pelo Papa João Paulo II.
2012 – Teve que abandonar a sua casa, por ameaças de morte, devido a seu posicionamento a favor do Povo Indígena Xavante de Marãiwatsédé.
2020 – Morreu em 8 de agosto de 2020 e está sepultado às margens do Rio Araguaia, no cemitério onde ele mesmo havia enterrado “centenas de trabalhadores e indígenas, às vezes sem nome e quase sempre sem caixão. ”.